Tranca e ego: por que a vaidade atrapalha seu jogo?
Quem joga tranca com frequência sabe que o jogo vai muito além das cartas na mão. É preciso estratégia, paciência, leitura do adversário e, acima de tudo, controle emocional. E aí entra um dos maiores vilões nas mesas de tranca: o ego.
A vaidade, quando toma conta do jogador, transforma decisões racionais em impulsos. Você quer mostrar que é melhor que o adversário, quer dar aquela batida espetacular pra impressionar ou recusar uma jogada segura só pra não parecer “fraco”. Esse tipo de atitude, na maioria das vezes, leva ao erro.
O ego faz com que o jogador jogue para si mesmo, e não para a dupla. Esquece que tranca é um jogo coletivo, em que a comunicação não verbal com o parceiro e a confiança mútua são fundamentais. Quando a vaidade entra em cena, o parceiro vira figurante e o foco passa a ser brilhar sozinho — mesmo que isso custe a partida.
Outro ponto é o medo de admitir falhas. Um jogador vaidoso raramente aceita que errou, mesmo quando o erro é evidente. Isso impede o aprendizado. Jogar bem tranca exige humildade: é preciso reconhecer quando se comete um deslize, entender o que levou a ele e ajustar a estratégia.
A vaidade também dificulta a leitura da mesa. Quando o foco está em si mesmo, o jogador deixa de observar os padrões dos adversários, ignora sinais importantes e toma decisões baseadas no orgulho. Isso pode ser fatal em partidas mais disputadas, onde cada jogada conta.
Jogar tranca bem é, muitas vezes, saber perder uma rodada para ganhar a partida. Saber esperar a hora certa. Saber ouvir o parceiro, saber baixar a carta que ajuda o time, e não só aquela que vai te deixar “bonito na foto”.
A verdade é que, na tranca, quem joga com o ego joga contra si mesmo.